fonte: CREMERJ
Cerca de mil profissionais da área da saúde serão contratados nos hospitais e institutos federais do estado do Rio nos próximos meses. A informação foi divulgada pelo diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), Alessandro Magno Coutinho, em reunião realizada na segunda-feira, 4, com o presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, e representantes de conselhos regionais, corpos clínicos dos hospitais federais e da Comissão Externa da Câmara dos Deputados criada para analisar a situação dos hospitais federais no Rio. Segundo o coordenador assistencial do DGH, Luiz Augusto Vianna, as contratações começaram na última semana.
Apesar do reconhecido avanço em relação à última reunião com o órgão, no mês de março, quando o DGH anunciou que apenas cerca de 140 novos profissionais seriam contratados, integrantes dos corpos clínicos afirmaram que o novo número também não será suficiente para atender a demanda dos seis hospitais e três institutos federais do Rio.
O Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), por exemplo, um dos mais afetados pela falta de recursos humanos, terá aproximadamente mais 300 profissionais por meio de Contratos Temporários da União (CTU). Mas segundo o residente em neurocirurgia do HFB, Daniel Moreira, a quantidade ainda está longe do ideal: “A situação dos anestesistas aqui no HFB já era complicada, mas de dezembro para cá se tornou inviável. Os residentes não estão recebendo uma formação adequada e precisamos de mais de 50 anestesistas”.
A deputada federal Jandira Feghali (PC do B), representando a Comissão Externa da Câmara dos Deputados, apoiou a reclamação dos médicos presentes na reunião e ressaltou a ação judicial de novembro de 2017 que obriga o Ministério da Saúde a contratar mais médicos para os hospitais federais fluminenses. “O Ministério está permitindo que crimes quase-perfeitos continuem acontecendo no Rio, que é quando pessoas morrem nos hospitais e ninguém é culpado”. Jandira afirmou que caso as contrações necessárias não se concretizem, a Comissão irá fazer entrar com uma ação criminal contra o Ministério da Saúde por descumprimento de decisão judicial.
Para Nelson Nahon, o resultado da reunião foi uma pequena conquista: “Na última reunião, o CRM se retirou do encontro após a declaração do DGH de que apenas cerca de 140 novos profissionais seriam contratados, então o aumento de aproximadamente mais 850 contratos é um avanço. Mas é preciso lembrar, por exemplo, que as salas vermelha e amarela da emergência do HFB ainda estão trancadas por falta de recursos humanos; que a enfermaria de cardiologia do Hospital Federal do Andaraí está fechada e que todos os hospitais federais ou estão com leitos reduzidos ou serviços interrompidos.